sexta-feira, 24 de junho de 2011

Feriado no meu coração

Ruas desertas
Vala aberta
Carregam águas das chuvas
Mas não a levam
Íntima solidão.

Longe de casa
Ausência
Falta
Predominam no meu coração.

Novas gotas germinam
Vielas sombrinhas
Ventos tórridos
Amedrontam minha feição.

Telefone não toca
Arrebento a porta
E a noite se vai então

Mais como não liga agora?
Madrugada aflora
Deixas-tes embora
Nesta maldita hora
A vilã solidão.

Pois que seja agora
Nesta penúria glória
Decretado por hora
Feriado em meu coração.

terça-feira, 21 de junho de 2011

Despedida

Antes que eu parta,
me abata,
e rebata
minha cara
escrota
com tua vara
madeira rota
que dança
como uma louca
dura lança
em minha boca.
Antes que eu acorde,
me morde,
e fode
minha vida
vagabunda
com tua batida
profunda
que dura
como doença
e desnatura
qualquer crença.
Antes que eu morra,
me corra,
e percorra
meu corpo
com rapidez
como areia
de modo ágil
pra que me goze
com rapidez
e eu necrose
de vez

terça-feira, 7 de junho de 2011

Aluguel

Aluga-se um corpo.
Duas décadas de uso.
Bom estado de conservação.
Requer poucos reparos.
Ideal para enfermidades.
Acompanha perfume, toalha branca ,vinho e desejos.
Prazer garantido.
Sigilo total.

Aluga-se um corpo.
Porém vazio.
Sem rosto.
Sem alma.
E sem coração.