A lâmina que corta é a falta,
a ausência carimbada no passaporte.
O gume invisível lacera o momento.
E esses dias que sangram, lentamente,
doem uma dor pungente.
Dói, mais ainda, ter que amar
cravando uma espada no peito.
Porque amar é morrer e dissecar-se.
E, ao mesmo tempo, parir-se,
inevitavelmente, a cada amanhecer.
Prosseguir, dolorosamente amando,
é aceitar uma guerra em paz.
Caminhar por nuvens de estilhaços.
E, completamente cego,
entre os próprios destroços, remendar-se.
Nos armários da memória, procura-se
o som nas lembranças empoeiradas.
O que resta se não há a voz que alimenta?
Resignadamente, sentar-se à mesa da solidão,
e servir-se de um prato de silêncio.
a ausência carimbada no passaporte.
O gume invisível lacera o momento.
E esses dias que sangram, lentamente,
doem uma dor pungente.
Dói, mais ainda, ter que amar
cravando uma espada no peito.
Porque amar é morrer e dissecar-se.
E, ao mesmo tempo, parir-se,
inevitavelmente, a cada amanhecer.
Prosseguir, dolorosamente amando,
é aceitar uma guerra em paz.
Caminhar por nuvens de estilhaços.
E, completamente cego,
entre os próprios destroços, remendar-se.
Nos armários da memória, procura-se
o som nas lembranças empoeiradas.
O que resta se não há a voz que alimenta?
Resignadamente, sentar-se à mesa da solidão,
e servir-se de um prato de silêncio.